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CPI identifica em mensagens ‘passo a passo’ de suposta fraude em licitação de testes de Covid

Senadores da CPI da Covid tornaram públicas nesta quinta-feira  uma série de mensagens telefônicas nas quais há indícios do envio de um “passo a passo” para fraudar uma licitação de testes contra a Covid-19. Os textos foram trocados entre o ex-funcionário da Anvisa Ricardo Santana e o suposto lobista Marconny Albernaz Ribeiro.

As mensagens foram obtidas em inquérito do Ministério Público Federal do Pará, que investiga a atuação de Marconny, e enviadas à CPI após requerimento apresentado pelo ex-senador Ciro Nogueira (PP-PI), hoje ministro da Casa Civil. O material foi apresentado durante o depoimento de Santana.

Nas tratativas, há referências a pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, nas tratativas ou que demonstravam proximidade com Marconny, entre elas: a médica Nise Yamaguchi; a advogada do presidente Jair Bolsonaro, Karina Kufa; o ex-assessor do Ministério da Saúde e o coronel da reserva Marcelo Blanco e Francisco Maximiano, dono da Precisa.

As negociações tratadas nas mensagens envolveriam o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, e a Precisa Medicamentos, empresa que vendeu testes a estados e intermediou a aquisição da vacina indiana Covaxin com o governo brasileiro.

A relação entre Dias e a Precisa também é objeto de investigação da CPI no âmbito da suposta pressão feita pelo ex-diretor pela liberação da importação da Covaxin.

“As investigações do Ministério Público Federal do Pará apontam que o Marconny Albernaz de Faria é um lobista, que atuava defendendo e argumentando os interesses da Precisa Medicamentos”, afirmou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Com base nas mensagens obtidas, a cúpula da CPI ainda suspeita sobre a possibilidade de vazamento da operação Falso Negativo que apurou as irregularidades em vendas de testes e mirou a Precisa.

Uma mensagem foi enviada às 5h16 ao dono da empresa tratando da ação. De acordo com Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, neste momento a operação ainda não havia sido divulgada.

Houve, ainda, a menção a um senador que teria participado de uma das reuniões – o nome do parlamentar não foi revelado.

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