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Duas mulheres são vítimas de feminicídio na mesma noite em Campo Grande.

Os dois casos aconteceram no Jardim Centenário e no Bairro Nova Campo Grande na noite de ontem.

Na noite de ontem (22), dois crimes bárbaros de feminicídio foram registrados em Campo Grande. Os crimes ocorreram no Jardim Centenário e no Bairro Nova Campo Grande. Segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), este é o 10º caso de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul nos primeiros três meses deste ano.

O primeiro crime aconteceu por volta das 18h, no Jardim Centenário em Campo Grande. Segundo informações do Batalhão de Choque, Renata Andrades de Campos Widal, de 39 anos, foi agredida com socos no rosto, morta a pedradas e ainda teve o pescoço cortado por um serrote, pelo próprio irmão, de 36 anos, em uma residência na rua Vila Bela, onde ambos moravam

O autor do crime foi localizado no local por uma equipe do Batalhão de Choque.

Em depoimento, o homem que é dependente químico e fazia tratamento relatou aos policiais que quatro pessoas invadiu a residência e agrediu a irmã até a morte. Ao avistar a mulher sendo morta, nada pode fazer no momento.

A equipe policial estranhou a versão dada pelo homem e observou lesões no dorso de sua mão direita. Questionado novamente sobre o crime, acabou confessando que agrediu a irmã com socos no rosto. Ela chegou a cair no chão com as agressões, quando o homem pegou uma pedra grande e a golpeou diversas vezes desfigurando o rosto da vítima.

Não satisfeito, o rapaz pegou um serrote e cortou o pescoço da própria irmã.  Após consumar o ato, tomou banho e trocou de roupa.

Após confessar o crime, a equipe policial deu voz de prisão e encaminhou o autor até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande, onde se encontra à disposição da justiça.

10º crime de feminicídio

Na mesma noite, uma mulher de 29 anos foi esfaqueada na região da virilha pelo próprio marido de 38 anos, no bairro Nova Campo Grande. Gravemente ferida, a vítima foi encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos.

Conforme informações de testemunhas, o casal estava em uma conveniência junto com uma amiga. Em determinado momento, enquanto os três conversavam, ocorreu uma discussão em grupo.

O homem saiu da mesa e voltou minutos depois com uma faca em mãos, golpeou a mulher três vezes na região da virilha. Logo após, o homem fugiu do local.

Desesperada e pedindo socorro, a vítima correu até a residência de uma vizinha, que conseguiu estancar o sangramento até a chegada da Polícia Militar.

A vítima foi encaminhada por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos, falecendo na unidade de saúde.

O caso será investigado pela Delegacia de Atendimento a Mulher (DAM).

NÚMEROS

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que oito mulheres foram vítimas de feminicídio, entre 1º de janeiro e 21 de março de 2024, em Mato Grosso do Sul.

Este é o primeiro feminicídio do ano em Três Lagoas.

HISTÓRICO

Em 2023, 30 mulheres foram vítimas de femincídio no Estado. O ano anterior, 2022, havia sido o recorde no número de casos desde que a lei foi instituída, em 2015. Foram 44 vítimas registradas no sistema da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp).

Em 2021, o Estado registrou 37 feminicídios. No ano de 2020, 41 mulheres foram mortas por serem mulheres. Em 2019, foram 30 vítimas; e em 2018, 36.

Em 2017, o número de vítimas foi de 33 mulheres. No ano de 2016, o Estado computou 36 feminicídios, e em 2015, 18.

DENUNCIE

Sem sair de casa:

Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher faz uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.

A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher.

O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.

Registre a denúncia no site da Polícia Civil

Se não puder sair de casa ou usar o telefone, acesse o site www.pc.ms.gov.br, clique no link “B.O. ONLINE – DELEGACIA VIRTUAL” e, no Serviço ao Cidadão, clique em “REGISTRAR DENÚNCIA – Violência contra a mulher”, preencha os campos com as informações solicitadas (você não precisa se identificar). Nesse canal, também é possível fazer denúncia de violência contra criança e de violência contra pessoa idosa.

É possível também fazer a denúncia online na Polícia Civil, por meio de aparelho celular, no aplicativo MS DIGITAL, no ícone Segurança. O aplicativo está disponível nas lojas virtuais para versões IOS e Android, o MS Digital foi desenvolvido para reunir o máximo de serviços públicos, ocupando pouco espaço nos aparelhos celulares.

SE PUDER COMPARECER A UMA DELEGACIA, você fará o registro do boletim de ocorrência, narrando os fatos para a autoridade policial e dando início à investigação criminal.

Em Campo Grande, em caso de violência contra meninas (menores de idade) ocorrida no período noturno ou finais de semana, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), localizada na Casa da Mulher Brasileira, faz o atendimento e posterior encaminhamento para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (DEPCA) .

CASA DA MULHER BRASILEIRA

Casa da Mulher Brasileira instalada em Campo Grande completou 8 anos em 3 de fevereiro de 2023. Inaugurada em 2015, o local é a primeira Casa da Mulher Brasileira criada no país.

Em 8 anos de funcionamento, a instituição acolheu 108.248 mulheres e realizou 917.585 atendimentos, entre encaminhamentos e retornos.

O local oferece acolhimento de mulheres e filhos, triagem, serviço de saúde, hospedagem temporária, apoio psicossocial, delegacia, juizado, Ministério Público, Defensoria Pública, promoção de autonomia econômica, atenção com os filhos da mulher como brinquedoteca, alojamento de passagem e central de transportes.

Órgãos do governo do Estado e prefeitura estão vinculados a Casa da Mulher Brasileira, como Secretaria Municipal de Saúde (SESAU), Secretaria de Assistência Social (SAS), Centro de Referência da Saúde da Mulher (CEAM), Casa Abrigo, Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), Polícia Militar (PMMS), Polícia Civil (PCMS), entre outros.

De acordo com a subsecretária de políticas para as mulheres de Campo Grande, Carla Stephanini, para baixar índices de feminicídio, é preciso uma consciência social coletiva, de que não podemos conviver em sociedade com a violência doméstica.

“É importante dizer que, ainda assim, nós sabemos que há uma subnotificação da violência doméstica e familiar e da violência contra as mulheres. Os nossos números são expressivos, são superlativos, sim, mas assim como o nosso compromisso de manter o bom funcionamento da Casa da Mulher Brasileira. Dessa forma promovemos a dignidade das nossas mulheres”, disse a subsecretária em 3 de fevereiro de 2023.

A Casa da Mulher Brasileira está localizada na rua Brasília, Jardim Imá, em Campo Grande, próxima ao Aeroporto Internacional da Capital.

O local funciona 24 horas, inclusive em finais de semana e feriados. O telefone para contato é o (67) 2020-1300.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

 

 

 

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