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“Encerramos o ano com avanços e queremos entrar em 2024 com muitas entregas”

A prefeita de Campo Grande destaca as ações realizadas em sua gestão no ano passado e os planejamentos para o futuro da Capital e de sua carreira política

Adriane Lopes (PP) assumiu oficialmente a Prefeitura de Campo Grande em abril de 2022, no lugar de Marcos Trad (PSD), que saiu da gestão municipal para disputar o cargo de governador de Mato Grosso do Sul.

A prefeita destaca a expansão de serviços, com recordes de atendimentos em eventos, e a presença constante nos bairros, evidenciando uma abordagem democrática e comprometida com resultados tangíveis.

Entre os desafios, ela revela a resposta rápida à tragédia do incêndio na comunidade do Mandela, onde a prefeitura agiu buscando reassentar as famílias em locais adequados, priorizando a dignidade e a infraestrutura. Além disso, a prefeita ressalta a priorização da educação, com um amplo pacote de medidas que inclui a construção de novas salas, o aumento de vagas e o investimento em energia solar

e climatização nas escolas municipais.

Ao abordar planos para este ano, Adriane menciona que o foco está na continuidade das entregas e no avanço do desenvolvimento econômico, reiterando o compromisso em elevar Campo Grande a um novo patamar. Confira a seguir.

ADRIANE LOPES – PERFIL

Diante do que foi previsto para ser feito durante a gestão em 2023, os objetivos foram cumpridos? O que fica para ser feito neste ano?

Nós fechamos 2023 pagando o salário de dezembro dentro do mês. Isso para mim é um avanço muito grande. É mostrar para a cidade que nós estamos fazendo uma gestão eficiente, que nós estamos trabalhando, fomentando a economia local. Atendemos os nossos servidores, mas avançamos também no desenvolvimento econômico.

Campo Grande, pertencendo a essa Rota Bioceânica, que protagoniza esse [novo] tempo, nós vemos aí uma possibilidade muito grande de expansão, avanço e crescimento não só da economia, mas de toda

a cidade no seu contexto, trazendo novas possibilidades turísticas, econômicas e culturais para a Capital.

Não é [sobre] cumprir todos os objetivos. Nós temos desafios diários, mas a nossa gestão vem trabalhando talvez de uma forma mais técnica do que outras passadas. Eu respeito todas as formas de gestão, mas a nossa é mais técnica, trazendo respostas, [resolvendo] desafios diários.

Por exemplo, eu enfrentei um termo de ajustamento de gestão resultado de uma inspeção do Tribunal de Contas [do Estado de Mato Grosso do Sul, o TCE-MS], tendo que mudar regras e leis de 15, 20 anos atrás em um curto espaço de tempo. Então, eu defino 2023 como um ano desafiador, mas estamos encerrando o ano com grandes avanços e queremos entrar em 2024 com muito mais entregas para Campo Grande.

Ao assumir a gestão em abril de 2022, você herdou diversos problemas antigos da cidade – déficit financeiros, dificuldades orçamentárias, obras paradas, crise na saúde e na educação, etc. Como você avalia os principais feitos da sua gestão até agora? Quais os maiores desafios e as maiores conquistas em 2023?

Bom, os desafios aqui são diários. Por ser a primeira mulher a se sentar nessa cadeira, a gente enfrenta [dificuldade]. E não só por ser mulher, porque a gente assume uma gestão com as finanças da prefeitura,

e [elas] não estavam em um bom estado, com dificuldades com o limite prudencial acima do devido, com várias situações economicamente falando, difíceis mesmo para o município.

Nós viemos e fazemos. Estamos fazendo gestão, estamos trabalhando com respostas rápidas, com resolutividade. Mas de que forma? Atendendo a população, melhorando os processos internos para melhor atender a população. Mas como que você tem esse apanhado, esse resultado? Nós começamos o Todos em Ação assim que nós iniciamos a gestão, levando 70 serviços para as comunidades, para os bairros,

e atendendo as pessoas usando equipamento público, como as escolas, a fim de melhor atender os campo-grandenses.

Quando começamos, a gente atendia de 1.200 a 2 mil pessoas em um único atendimento do Todos em Ação. Agora, no último evento que fizemos, nós batemos o recorde: em uma só manhã, fizemos mais de 10 mil atendimentos por meio do mutirão.

Então, eu vejo a expansão desses serviços, e a população está entendendo que a prefeitura agora está mais democrática. Que nossos secretários estão mais disponíveis, que a prefeita não é uma prefeita de gabinete, mas uma que está nos bairros, nas comunidades, sempre presente e levando atendimento e trazendo respostas rápidas.

Houve também a expedição pela Rota Bioceânica, em que a Prefeitura de Campo Grande até mesmo disponibilizou um “patrocínio” de R$ 120 mil. Qual a importância do investimento da Bioceânica e o que ela poderá gerar para a Capital?

Esse foi o terceiro encontro que acontece entre os países que integram a Rota Bioceânica. Nele, nós fomos ao Chile para entender o que já havia sido desenvolvido e discutido entre os países-membros e o que precisava ser implementado.

Buscamos um histórico, uma memória. E nós não encontramos nenhuma ata dos dois encontros passados que pudesse nos remeter às tratativas que já haviam sido feitas, para que a gente pudesse avançar. Então, lá no Chile, nós visitamos governos, prefeitos, parques industriais, zona franca, portos chilenos, etc., para entender a viabilidade e a possibilidade de tudo isso que a gente vem comentando acontecer.

Fui para o Chile e propus uma governança entre as cidades que integram a Rota Bioceânica. Na propositura dessa governança, nossa gestão foi eleita presidente do comitê gestor de todas as cidades da Bioceânica.

Para que cada país, cada cidade, pudesse ter sua responsabilidade dentro dessa nova rota de integração. Isso está acontecendo graças a essa oportunidade que nós tivemos de conhecer essa realidade

e entender o que isso proporcionará para a nossa cidade.

Campo Grande ganhou o título de ser a capital das oportunidades, em termos de emprego, educação, infraestrutura. Como você vê esse momento?

Quando eu assumi a gestão, eu tinha que ter um alinhamento, um direcionamento. E a gente pensou no nosso projeto prioritário, e nós construímos isso. Projeto prioritário de desenvolvimento econômico, porque o desenvolvimento econômico abrange todos os setores, todas as áreas do poder público também. Quando pensei em desenvolvimento econômico, pensamos na projeção da nossa capital que [até então] estava fora da Rota Bioceânica.

Então, nós começamos a buscar isso para pertencer a Campo Grande, dizendo que nossa cidade tem de protagonizar esse tempo, estar interligada a essa nova possibilidade. Estávamos de costas para

o [Oceano] Pacífico e agora nós estamos olhando para ele, enxergando que a capital de Mato Grosso do Sul pode ser um hub logístico, que pode, sim, se tornar um boom na Região Centro-Oeste e que nós podemos gerar desenvolvimento para toda a região central do nosso País por meio da Rota Bioceânica, tendo Campo Grande como a protagonista desse novo tempo.

Entendendo que a Capital é hoje uma cidade pujante, nós [também] olhamos para a educação, porque quando falamos em desenvolvimento econômico, quais foram as ações que implementamos para que isso acontecesse?

Eu via Campo Grande como a capital das oportunidades, mas que oportunidades eram essas? Então, nós começamos a buscar esse perfil para a nossa cidade.

Se você tem uma Rota Bioceânica, ela vai gerar oportunidades de emprego. Quando recepciono um novo investidor na cidade, qual é o indicador que ele mais questiona?

A educação. Então, focamos na educação, precisamos de educação de qualidade. Precisamos de uma educação que seja referência, e aí começamos a desenvolver ações nessa área, já pensando no futuro da cidade, pensando no desenvolvimento econômico e nessa expansão que a Rota Bioceânica vai trazer nesse meio tempo para a Capital.

Quanto à educação, a prefeitura lançou o maior pacote dedicado à educação na cidade, com a construção de 166 novas salas nas escolas, o oferecimento de 6.600 novas vagas na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande (Reme) neste ano, a contratação de mais professores, a instalação de energia solar, entre outras ações. Como está o andamento desses projetos? O que já foi realizado para atingir esse plano?

Em 2023, nosso foco foi a educação. Nós fizemos todos os levantamentos dos déficit daquilo que precisava ser realizado. Detectamos que nossas escolas estavam deterioradas, que as nossas crianças precisavam de um ambiente adequado para crescer e se desenvolver.

Aplicamos políticas pedagógicas que ainda não existiam no País. Por exemplo, com relação ao déficit causado pela pandemia [de Covid-19], mais de 5 mil alunos precisavam ser alfabetizados já no terceiro,

indo para o quarto ano escolar. Nós criamos programas diferentes daquilo que estava sendo proposto na política pedagógica, a fim de incluir essas crianças e acabar com esse problema que a pandemia gerou.

Vencemos agora, nesse fim de ano e início de um novo, mais de 5 mil alunos que tiveram acompanhamento no contraturno e que hoje têm esse problema [analfabetismo] sanado. E nós vamos continuar desenvolvendo esse programa neste ano. Revitalizando 205 escolas em tempo recorde, descentralizando recursos, trazendo a associação de pais e mestres para a gestão [municipal], para pertencer à gestão escolar, e desenvolvendo essas tratativas de uma forma muito inovadora, mas com resolutividade e com respostas rápidas para os nossos alunos matriculados na Rede Municipal de Ensino.

Em novembro do ano passado, a comunidade do Mandela foi imensamente destruída por um incêndio, o que gerou um período de crise para diversos de seus moradores. Como foi lidar, enfrentar e tentar solucionar os problemas ocasionados pelo incêndio no local? Como você avalia o enfrentamento da prefeitura diante dessa crise? Há projetos para as demais comunidades de Campo Grande?

O Mandela era uma comunidade que já tinha uma política habitacional sendo desenvolvida. Cerca de 100 famílias já estavam no processo de regularização em andamento, e as 87 demais estavam também já na propositura de apresentar documentação.

Então, nós tivemos que acelerar esse processo diante do maior incêndio ocorrido em nossa cidade [no ano passado]. Foi uma verdadeira tragédia, mas que a prefeitura teve resposta rápida, até porque a Secretaria Municipal de Assistência Social [SAS] e a Defesa Civil atenderam os moradores de imediato.

Quando visitamos a comunidade após o incêndio, a gente tem um levantamento que mais de 80% das famílias constituídas no Mandela são mulheres, mães, arrimos de família. Eu sou mulher, eu sou mãe e eu não poderia me estender, ter uma demora para entregar resultados para essas famílias.

Então, as nossas equipes pontualmente avançaram, montaram ali um acampamento, a fim de atender essas famílias, e já começamos a regularização dessas famílias em locais. Por serem mulheres ali, eu não poderia repetir erros do passado, em que as famílias de várias comunidades foram colocadas na margem da cidade.

Nós buscamos, então, localidades que fossem adequados para um reassentamento e que tivessem infraestrutura, que tivessem escolas, unidades de saúde, creches, enfim, para que essas mulheres possam ali ter dignidade, crescimento e expansão de suas famílias, mas em locais adequados.

Eu resumo a ação como de resposta rápida, de resolutividade para 187 famílias. Algumas já estão realocadas, outras 12 famílias ainda estão abrigadas, mas no decorrer dos dias nós estamos levando a infraestrutura para os locais e vamos reassentar [essas pessoas] o mais rápido que a gente puder, para resgatar a dignidade de cada um.

Quais os planos políticos para este ano? Já existe uma articulação visando a reeleição? Há possíveis alianças e vice-prefeitas?

Recentemente, a gente foi surpreendido com uma pesquisa. Nela, nós tivemos um crescimento, o qual eu acredito que se deva ao trabalho realizado em toda a cidade. É um ano desafiador. Mas eu acredito que tudo tem um tempo determinado para acontecer.

Nosso posicionamento hoje ainda é focado na gestão, nas entregas que nós temos que fazer. E lá na frente, se houver uma possibilidade e a população entender que nós estamos prontos para esse desafio, estaremos aqui de prontidão, tentando sempre trazer para Campo Grande um novo patamar de desenvolvimento, porque desde o início esse vem sendo o nosso projeto prioritário.

Projetar Campo Grande, elevar a Capital a um outro patamar, trazendo a inovação e a tecnologia para dentro da gestão, com projetos implementados em nossa gestão, trazendo aí a utilização de tempo, inovação e tecnologia para a nossa gestão da prefeitura.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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