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Liberação de trânsito na fronteira movimenta cerca de 700 caminhões em Corumbá

Bloqueio feito por dois dias gerou filas também de carros e paralisou comércio exterior

O paro cívico realizado na fronteira da Bolívia com o Brasil represou cerca de 700 caminhões, que aguardavam para realizar importação e exportação de mercadorias.

Os veículos chegaram na região entre a sexta-feira (5) e o domingo (7) e ficaram parados por dois dias. O bloqueio no acesso ao território brasileiro começou na segunda-feira (8) e só foi liberado no começo da noite desta terça-feira (9).

As cargas que estão para importação e exportação começaram a ser movimentadas na manhã desta quarta (10).

O comércio exterior em Corumbá movimenta, na média, US$ 4 milhões por dia.

A cidade tem o maior porto seco do Centro-Oeste e nos seis meses de 2022 a balança comercial representou mais de US$ 750 milhões.

As cargas que transitam na fronteira envolvem ureia, maquinário agrícola, combustível diesel, entre outros produtos.

O Sindicato das Empresas de Transporte e Logística do Pantanal (Setlog Pantanal) monitorou a situação e contabilizou que do lado brasileiro ficaram parados 300 caminhões. Em Puerto Quijarro, primeira cidade da Bolívia na fronteira, estavam parados 400 veículos.

Eles ficaram estacionados em pátios de transportadoras, no Porto Seco da Agesa e formaram fila na rodovia Bioceânica, que fica no país vizinho.

Poucos caminhões permaneceram parados na rodovia Ramão Gomes, que liga Corumbá a Puerto Quijarro.

Além das cargas que ficaram paradas, mais de 200 carros também permaneceram estacionados próximo ao Posto Esdras, da Receita Federal, aguardando liberação para chegar na Bolívia.

Grande parte desses carros de passeio é de moradores de Puerto Quijarro e Puerto Suarez, que não conseguiram chegar com os veículos no país vizinho.

O bloqueio na fronteira gera um outro impacto que atinge em torno de 500 estudantes, tanto brasileiros como bolivianos.

Em Puerto Quijarro, há uma faculdade de Medicina que tem mais de uma centena de brasileiros matriculados. Já em Corumbá, o ensino fundamental e médio de escolas públicas e privadas recebem estudantes que moram na região fronteiriça.

A manifestação de 48 horas impediu que veículos pudessem cruzar a fronteira.

Somente ambulâncias estavam autorizadas a cruzar a região, tanto para levar como para trazer pacientes. O protesto foi organizado pelo Comitê Interinstitucional de Santa Cruz, com repercussão no Comitê Cívico que atua em Puerto Quijarro.

Os organizadores cobram do governo federal boliviano a realização do censo no país vizinho em 2023.

O procedimento estava previsto para ser iniciado em novembro deste ano, mas acabou adiado para 2024.

Os dados do censo influenciam nos índices que municípios recebem de repasse de verbas.

Além disso, há uma disputa política que envolve duas forças.

De um lado, está o governador da província de Santa Cruz, Luís Fernando Camacho; e do outro, o presidente boliviano Luís Arce. Eles são de partidos diferentes e protagonistas de uma polarização política.

O paro cívico alcançou outras regiões da Bolívia e conseguiu paralisar setores econômicos de Santa Cruz de la Sierra, uma das principais cidades do país vizinho e a mais populosa.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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