Lula volta a criticar Israel e defende a criação de um Estado Palestino.

Para analistas do governo que pensavam que Lula iria seguir a cartilha diplomática e “diminuir o tom” o presidente tornou a reforçar o discurso – Foto Agência Petrobras.

O presidente Lula (PT), voltou a falar do conflito entre Israel e Palestina, classificando como “genocídio” e defendeu a criação do Estado Palestino “livre e soberano”. A fala ocorreu nesta sexta-feira (23) durante o lançamento do edital da Petrobrás Cultural.

Após ressaltar a importância da Petrobrás, o presidente Lula, antes de encerrar o evento, defendeu a criação de um Estado Palestino e o fim do que classificou como genocídio perpetrado pelo governo israelense. Assim como, manifestou a ideia de que harmonia seja estabelecida entre as duas partes.

Para analistas do governo, que pensavam que Lula iria seguir a cartilha diplomática e “diminuir o tom”, o presidente tornou a reforçar o discurso, tomando o cuidado desta vez para direcioná-las ao governo israelense, precisamente a figura de seu primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

“O que o governo de Israel está fazendo com o povo palestino não é guerra. É genocídio porque está matando mulheres e crianças. Não tem que interpretar a entrevista que eu dei na Etiópia. Leia a entrevista ao invés de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel. O que está acontecendo na Palestina é um genocídio. São milhares de crianças mortas, milhares, desaparecidas. Não está morrendo soldado, está morrendo mulheres e crianças dentro do hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio”, declarou.

O lançamento da Petrobrás Cultural Novos Eixos, ocorreu no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro (RJ).

O novo edital, prevê R$ 250 milhões para projetos culturais, em todo o país. É o maior valor destinado por uma estatal para a cultura no Brasil. As inscrições podem ser feitas clicando aqui.

Crise diplomática

A crise diplomática teve início, no último dia 18 de fevereiro, durante uma visita a Etiópia em que Lula ao ser questionado afirmou que Israel promove “genocídio” na Palestina e, na ocasião, comparou a ação do governo israelense ao holocausto.

Como resposta, na segunda-feira (19), o embaixador no Brasil, Frederico Meyer, foi convocado pelo chanceler do Estado judeu, Israel Katz, a comparecer ao Yad Vashem, o mais emblemático Memorial do Holocausto, onde passou por uma reprovação pública.

Em hebraico, o chanceler declarou Lula “persona non grata”, tensionando ainda mais a relação diplomática entre Brasil e Israel.

Imediatamente o Itamaraty orientou que o embaixador deixasse Tel Aviv e retornasse ao Brasil.

Enquanto por meio do microblog X (o antigo Twitter), o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, se referiu a fala de Lula como “cuspe na cara” do povo judeu.

Com a escalada dos eventos, correu pelos corredores do Planalto em Brasília, inclusive acerca da possibilidade de que o governo Lula expulsasse o embaixador israelense do Brasil.

Na última terça-feira (20) o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, teve um encontro com Zonshine e a conversa girou em torno do distensionamento e compreensão. A eventual expulsão que aventavam pelos corredores do Palácio do Planalto não chegou a ser mencionada.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

 

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