Sem cobertores e casacos, paredes de lona são usadas para enfrentar o frio em favelas de Campo Grande

Próximo de enfrentar o dia mais frio do ano em Mato Grosso do Sul, moradores de comunidades carentes de Campo Grande vivem o temor das baixas temperaturas, por não possuírem o básico: casacos. Com pouca roupa, sem cobertores e “protegidos” apenas por paredes de lona, eles improvisam para esquentar a si próprios e seus familiares.

Juma Rodrigues, de 32 anos, reside em uma região pobre localizada nas extremidades do bairro Caoibá, popularmente conhecida como Alphavella, e relata como são os dias de frio ao lado dos cinco filhos. “A gente faz o que pode. Um vizinho me deu uma coberta, porque eu perdi tudo no incêndio”, comentou.

O incêndio citado por Vilma ocorreu há pouco, quando chamas destruíram seu barraco e consumiram os poucos móveis e roupas que possuía. Com ajuda da própria comunidade, ergueu novo barraco com madeira e lona – longe do ideal. As paredes não impedem a passagem do vento e a solução é apostar no calor humano.

“Dormimos todas juntas”, explicou. Alertada sobre a previsão de temperaturas mínimas de 8°C na próxima quarta-feira, Vilma pede por casacos e cobertores. Interessados podem entrar em contato pelo número (32) 99956-7896 para oferecer roupas de frio.

Entre conversas com moradores, é possível observar as histórias extremamente semelhantes. Sem condições de bancar aluguéis, a saída para eles é construir barracos ou casas simples, na tentativa de fugir do sol, da chuva e do frio.

Objetivo, no entanto, nem sempre é alcançado. A geografia do local é fator frustrante para os moradores – por estar muito próxima de uma região descampada e de um córrego, a sensação de frio se intensifica.

Tais Cecilia Ribeiro, de 31 anos, cuida sozinha de sua filha, de 11 anos, e busca no fogo, o combate às baixas temperaturas. “Ela tem a própria cama, mas quando esfria, nós dormimos juntas e acendemos o fogo”, comentou, detalhando a técnica: um fogão a lenha improvisado é utilizado para esquentar o ambiente.

SESAU / REDAÇÃO

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