Edson Celulari será um dos protagonistas de “Nosso lar 2 — Os mensageiros”, filme de Wagner de Assis, na foto com ele. O ator viverá Aniceto, líder de um grupo de espíritos que vem à Terra para acompanhar uma missão. O longa é baseado no livro “Os mensageiros”, psicografia de Chico Xavier.
– Na história, há pessoas que necessitam de evolução na Terra. Meu personagem vem acompanhar esse processo, mas não pode interferir no livre-arbítrio. Há regras. Ele tem que aguardar a iniciativa do outro. Pode estimular e apresentar esclarecimentos, mas tudo depende de cada um. É um universo incrível. Não sou espírita. Sou um curioso: sigo o catolicismo e já fui budista durante uns dez anos, acho. Mas estou encantado com as lições do filme. São mensagens lindas sobre o ser humano. Acho que a vida espiritual tem tanta importância quanto a física e a psíquica. E existe espaço para se falar sobre coisas que não sejam este cotidiano conturbado, com tantos conflitos e uma intolerância que gera ódio. O filme trata de reencarnação, de qualidades humanas… É muito legal estar vivendo isso – explica o ator.
Celulari considera o personagem “complexo e difícil”:
– Ele é feito de amor, tem a capacidade de esperar, ouvir e entender. Qual é a referência que se tem na Terra? Quem é essa pessoa que aguarda, que tem tolerância, compaixão e amor doado dessa forma? Para esse personagem, estou buscando as minhas qualidades e tentando trabalhar com elas e com os valores de que tenho consciência. Todos nós temos parcelas de bondade, cooperação positiva e doação. E, como trabalho de dramaturgia, é muito bem feito o roteiro. Acho que há carência de um tema como esse nas telas.
O ator, de 64 anos, está rodando o longa no Rio de Janeiro. Ele diz que se cerca de cuidados contra a Covid-19 no set, apesar do atual estágio da pandemia. É que faz parte do grupo de risco por já ter enfrentado um câncer. Ele está há cinco anos em remissão após vencer um linfoma não-Hodgkin:
– Eu ainda não acredito muito no final desta pandemia. Uso máscara e tenho cuidado. Sempre coloco nos intervalos. É uma equipe grande. Às vezes, mais de cem pessoas no set. Fazemos testes, mas vai que algo escapa? E eu fiquei muito em casa, tive que me preservar por causa do câncer. Quando nasceu a Chiara (sua filha de 2 meses com Karin Roepke, na imagem abaixo), mais ainda. Então, sair parece que é sempre um risco maior. Às vezes penso: “Queria poder estar em casa”. Mas ao mesmo tempo é uma alegria voltar a exercer o ofício que quero continuar fazendo por muitos e muitos anos.
Edson também é pai de Enzo, de 25 anos, e Sophia, de 19, do casamento com Claudia Raia (foto abaixo). Ele conta que os dois estão radiantes com a chegada da irmã.
– Sophia liga todos os dias para ver a Chiara e conversar. Eu brinquei com eles: “Enquanto vocês não fazem filho, eu sigo fazendo”. Eles receberam a Chiara muito bem. É bonito ver a relação entre irmãos. Já estão projetando a primeira vez na Disney, a primeira night, o primeiro dia de natação… – afirma ele, acrescentando que, apesar da empolgação dos dois, não deve se tornar avô tão cedo. – Não vejo nenhum deles pensando em ter. Eles não demonstram nenhum interesse nisso.
Celulari e Claudia se separaram em 2010, depois de 17 anos de casamento. O público sempre teve muita curiosidade acerca da família e depositou boas doses de idealização. É algo que ocorre até hoje. O ator analisa:
– Quando a gente se separou, boa parte dos fãs deu aquele “aaaahhh” (um lamento). Decidimos fazer a declaração, explicamos e fomos viver nosso lutos e dificuldades pessoais. Temos que nos permitir ter um tempo com nós mesmos. Se você for viver essa vida pública… Público é o trabalho. Nas redes, a gente consegue controlar. Posta uma foto, divide uma parte… Não é uma obrigação. Acho que o público entende isso e se sente respeitado quando você dá uma satisfação. É só estabelecer essa relação de forma saudável. Nós formamos novas famílias, os filhos se integraram e receberam a Chiara. Esses novos modelos familiares se multiplicam. Assim é a vida. Não se pode ficar criando arquétipos únicos. Nosso exemplo familiar é saudável porque existe um elo de amor e de respeito pela nossa própria história.
Edson já está com Karin há dez anos. Eles se conheceram trabalhando:
– Fizemos um musical e tivemos uma relação profissional. Depois de um tempo, nos reencontramos. Sempre gostei de relações mais duradouras, profundas. Fomos nos aproximando naturalmente e, quando surgiu a possibilidade de aprofundar, isso aconteceu. Karin é uma supermãe, maravilhosa. Está amamentando com muita fartura. Estamos curtindo esta fase da Chiara. É bonito de ver.
Fonte: Patricia Kogut
