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Operação do Gaeco prende dois policiais civis em esquema de tráfico.

Modus operandi de presos na última terça-feira (26) é semelhante à atuação de outros dois agentes presos transportando meia tonelada de cocaína em viatura em setembro

Desdobramentos da “Operação Snow” – executada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) – dois policiais civis foram presos ainda ontem (26) durante o cumprimento dos mandados pelas forças de segurança envolvidas.

Conforme divulgado ainda no período da manhã de hoje (27) pela Polícia Civil, os dois mandados de prisão que focavam os agentes foram cumpridos, encaminhados para o Presídio de Trânsito e 3ª Delegacia (no Carandá Bosque).

Ainda, foi esclarecido que, além das prisões, outros três mandados de busca e apreensões também foram executados durante a operação, que teve apoio de equipes do Batalhão de Choque; Força Tática e Batalhão de Operações Especiais, da Polícia Militar e apoio operacional da Corregedoria da Polícia Civil.

Como destacado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), os policiais são apontados por fazer o transporte de entorpecentes vindos de Ponta Porã para Campo Grande, através do “frete seguro”.

Ou seja, segundo o Gaeco, os agentes públicos transportavam a cocaína em viatura oficial caracterizada, já que os carros oficiais não costumam ser parados em fiscalizações nas rodovias por outras unidades de segurança.

Importante pontuar que, além desses policiais, a quadrilha investigada também fazia o transporte de cocaína em meio a cargas lícitas, com a ideia de dificultar a fiscalização, já que muitos trafegavam em meio a cargas refrigeradas lacradas.

“A organização criminosa, altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, inclusive policiais cooptados, fazia o escoamento da droga, como regra cocaína, por meio de empresas de transporte, as quais eram utilizadas também para a lavagem de capitais, ocultando a real origem e destinação dos valores obtidos com o narcotráfico”, esclarece o Gaeco em nota.

Também essa ação se voltou ao cumprimento de 21 mandados de prisão preventiva (sendo que três desses alvos já estão custodiados no regime prisional fechado de Mato Grosso do Sul), além de 33 (trinta e três) mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande e Ponta Porã.

Policiais no tráfico

Ainda que o Gaeco não confirme se a operação de ontem (26) tem vínculos com o flagrante do ano passado, há indícios de relação.

Após envolvimento nesse tipo de crime, ainda em setembro do ano passado dois agentes foram presos acusados de transportarem 538,1 quilos de cocaína em viatura da Polícia Civil em Dourados.

À época, Alexandre Novaes Medeiros e Anderson Cesar dos Santos foram afastados das funções de investigadores, tiveram as senhas e logins de acesso aos bancos de dados da instituição policial suspensas e os armamentos recolhidos.

Ainda na quarta-feira (06 de setembro de 2023), mais de meia tonelada de cocaína, avaliada em cerca de R$ 40 milhões, foi apreendida em uma casa do bairro Vila Rosa, em Dourados, distante cerca de 127 km da Delegacia em Ponta Porã, município fronteira com o Paraguai.

Na ocasião, Alexandre Novaes Medeiros e um terceiro comparsa, de 37 anos, foram presos junto do carregamento, sendo que, conforme relatado pelo Correio do Estado, os policiais ficariam encarregados do transporte a bordo da viatura, e o civil serviria para vigiar a carga no local onde foi apreendida.

Entretanto, durante ação, Anderson dos Santos Gomes, que chegou a informar que se entregaria, acabou optando por fugir da prisão, sendo que, por norma, os crimes praticados podem render pena de aproximadamente 15 anos de prisão, com possível agravamento por usar a viatura.

Já em 15 de setembro de 2023, o Diário Oficial de Mato Grosso do Sul trouxe a resolução, assinada pelo delegado Corregedor-Geral, Márcio Rogério Faria Custódio, que corrige para o dia 11 daquele mês a data de prisão de Anderson, inicialmente publicada como feita em 06 de setembro.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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