A casa da atriz Isabella Santoni, de 24 anos, é um reflexo de sua personalidade. Foram longos dez meses de obras para que o apartamento dúplex de 150 metros quadrados, no Recreio, ficasse do jeitinho que a proprietária queria. Cerca de 75% da área construída e dos materiais utilizados são sustentáveis. “Colocamos placas solares e fizemos móveis com madeira de reaproveitamento, mas não conseguimos montar a estrutura para utilizar a água da chuva. Teria que mexer no projeto do condomínio”, lamenta ela. “Na minha próxima casa, não faltará nada.”
Isabella divide o imóvel com a mãe, Ana Cristina, e a irmã, Nina, de 7 anos. “Na verdade, são dois apartamentos num só”, brinca ela. No primeiro andar, estão os quartos de Ana e Nina. No segundo, a suíte da atriz e a área de lazer com terraço gourmet, deque e piscina. A madeira conecta os ambientes. “Poderia morar sozinha, mas gosto da companhia da família.”
Responsáveis pela reforma, as arquitetas Paula Rezegue e Priscila Guz, do Studio RG, não encontraram muitas dificuldades para atender às necessidades “verdes” da cliente. “A procura por casas conscientes é uma crescente. Temos poucos, mas bons fornecedores no mercado”, conta Paula. “A escada, toda revestida com lâmina de pedra natural, é uma das surpresas do projeto. Parece uma escultura.”
A arquiteta também ressalta que os armários (de MDF) são personalizados e que a mesa do espaço gourmet (no segundo andar) é de madeira reaproveitada. As cortinas e as roupas de cama foram confeccionadas com sobras de tecidos misturadas a fibras de garrafas PET. No quarto da atriz, o blackout é de resíduos encontrados no mar.
A piscina, inspirada nas paisagens de Bali, também chama a atenção. “Logo no início do processo, Isabella foi à ilha e pediu para usarmos algumas referências dessa viagem, quefoi muito transformadora. Escolhemos pedras naturais, que contêm propriedades de limpeza energética”, explica Paula, destacando ainda o jardim vertical com folhagens tropicais.
A ideia da jovem estrela era ter em casa a natureza rústica, mas de um jeito totalmente contemporâneo. “Fui criada respeitando o meio ambiente. Estudei numa escola cheia de mato, com micos e pássaros no terreno. Há três anos, essa vontade de fazer algo pelo planeta ficou mais latente. Em setembro, criei a iniciativa
Pegada do Bem. Limpamos as praias, oferecemos oficinas, engajamos realmente o público”, diz Isabella. “Mas confesso que é difícil ser 100% consciente vivendo na cidade grande. Muitas vezes, o carro é necessário. Outro dia, fui beber algo num restaurante de shopping e o atendente serviu com copo descartável e canudo. Mas, aos poucos, vamos mudando e evoluindo.”
Fonte: O Globo
