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Tiago Leifert fala da carreira e do tratamento da filha, Lua

Tiago Leifert falou sobre carreira, sonhos e família num bate-papo na internet. O apresentador de 41 anos revelou curiosidades como o início na profissão aos 16 anos, no futebol de várzea, e o trabalho como DJ na adolescência.

— Eu fui DJ muito tempo, cara. Assim, eu nunca bebi, era supercareta, mas sempre tive cara de criança. Sempre parecia mais novo do que eu era. Então, tinha muita dificuldade de entrar nas baladas aqui em São Paulo. Não conseguia. Mesmo quando eu tinha 18 anos, os caras não me davam 18 anos. Quando eu tinha 17 anos, não conseguia entrar escondido. Mas na hora que fiz 18 e eu saía, ouvia música eletrônica pensava: “Caraca, isso aqui é muito legal!” Aí eu comecei a sair muito. Saía de segunda a segunda. Na faculdade, eu era o maior vagabundo. Era ruim. Fui tomar vergonha na cara quando fui para os Estados Unidos, mas aqui era vagabundo — contou ele, durante entrevista ao youtuber Fred, do canal Desimpedidos.

O apresentador comentou que prestou atenção em detalhes da noitada antes de aderir ao novo hobby:

— Eu pensei: “Quem manda nisso aqui?” O DJ. Meus amigos lá com a mulherada, e eu: “Deixa eu ver o que esse cara está fazendo. Que legal isso que ele está fazendo”. Aí contei para o meu pai e para a minha mãe: “Acho que eu quero ser DJ”. E eles fizeram uma coisa muito legal que eu quero fazer com a Lua (filha de 1 ano e meio que ele tem com a jornalista Daian Garbin) também. Todas as minhas paixões eles incentivaram. Todas. Video-game, música. Quero estudar nos Estados Unidos? (Eles falavam) “vai”, quero estudar num equipamento de DJ, (eles falavam) “vai”. “Tá bom. A gente dá um jeito”. Só tirei o equipamento da minha casa semana passada. Ganhei pouco dinheiro. Mas viajei para tocar em outras cidades, toquei em Campos do Jordão. Aqui em São Paulo é importante você tocar em Campos do Jordão (…) Eu fazia direitinho. Eu era bom.

Leifert relembrou sua estreia como repórter de futebol aos 16 anos. Foi em Caieiras, em São Paulo:

— Eu caí de paraquedas. Em 94, na Copa, decidi que queria ser jornalista esportivo. Meu pai era amigo do dono desse programa. Ele falou: “Vou te levar um dia lá para você ver o trabalho do narrador, do repórter”. E aí ele levou. Cheguei e não tinha repórter. Estava sem. E o cara que era dono do programa falou: “Você não quer começar hoje?”

O ex-apresentador do “The voice” conta que, por conta do perfeccionismo, tinha dificuldade de curtir a profissão:

— Eu não aproveitei muito, não desfrutei. Acho que na minha vida eu poucas vezes desfrutei. Estava sempre tão preocupado com a perfomance, de fazer direito, que acabei não desfrutando. Não me lembro de ter desfrutado, não me lembro de ter ido para casa radiante. Lembro de ter ido feliz, mas já preocupado com o próximo jogo. E isso é uma prisão, né? Acho até que isso foi um dos motivos que me fizeram parar, anos depois. Eu precisva desfrutar, precisava olhar para trás e falar: “Olha que legal! Comecei com 16 anos. Olha onde cheguei. Comecei na várzea, no futebol. Poxa, olha aonde eu fui”. Mas eu não desfrutei, não.

Leifert revelou ainda que tinha decidido deixar de apresentar o “BBB” em 2020, mas voltou atrás e quis ficar até a edição de 2021 por acreditar que o programa poderia surpreender. O apresentador comentou também que se sensibiliza com participantes que são cancelados pela exposição no reality:

— Fico mal. Fico triste quando acontece. Sei que no final vai dar tudo certo. Até falei isso para a Karol Conká quando ela saiu. Mas fico muito chateado porque a gente não coloca eles lá para isso. Aí falam assim: “Ah, mas sem isso vai dar menos audiência”. Juro pela minha família que qualquer pessoa da equipe: eu, (Rodrigo) Dourado, Boninho, Camila, que é a diretora de conteúdo, preferimos ter menos audiência e não ter uma pessoa sofrendo. Para mim, os dias mais duros são quando a pessoa sai com 99% de rejeição.

Tiago comentou sobre a paternidade, contou que ele e a família materna moram no mesmo condomínio e falou da filha, Lua, que teve o diagnóstico de retinoblastoma (um câner raro nos olhos) divulgado em janeiro deste ano.

— Mudei muito a minha vida por causa da Lua. A gente teve filho agora, eu e a Dai, e brinca: “Por que a gente não teve antes? Queria ter tido mais! Porque é muito, muito bom!” Eu quero vê-la crescer, quero ficar com ela. Eu largo, perco dinheiro, vou parar de fazer coisa, não ter oportunidade, se precisar, para ficar com ela. E mesmo tudo o que a gente está passando não é fácil. Não vou nem entrar nesse assunto para vocês não saírem daqui chorando. Mas eu não troco por nada. Se me falassem: “Você vai passar por isso toda semana”. Vambora. Essa é a missão para ter minha filha comigo? Vambora. Não troco uma sessão dela de quimioterapia por nada. Sei que é ruim (…), mas eu amo aquele momento de estar com ela. Não troco. Mesmo nos momentos mais difíceis, as coisas mais bizarras que a gente está passando, vale muito a pena porque é ela. Ela é demais. A pequenininha é sensacional.

O apresentador dividiu que há altos e baixos no tratamento:

— No câncer, às vezes, a situação mais pessimista é a realista. É muito difícil. Às vezes, no câncer, o dia ruim é o dia real. Você pode ir lá achando que vai dar tudo certo e pode tomar uma rasteira. Eu e a Dai tomamos uma rasteira em janeiro. Estava tudo indo bem e, depois, não estava mais, com o tratamento. A gente ficou muito abalado naquele dia. A gente não estava esperando uma notícia ruim. Os médicos falam que não é tão ruim assim. Claro. Olhando de longe e olhando os outros casos, eu entendo. Mas, cara, é a minha filha. Para mim, era o fim do mundo aquela situação que a gente estava vivendo em janeiro. Ela foi diagnosticada em outubro (de 2021) e a gente teve uma notícia em janeiro de que não gostou. Houve uma recidiva. O tumor reagiu em janeiro. A gente não contou isso no vídeo. Estou contando para vocês agora. E aí a gente estava muito mal. E a Dai falou: “O que a gente faz? O que a gente fez de errado?” A gente não está fazendo nada de errado. É aleatório. Aconteceu. É nosso. É a nossa missão. “Acho que a gente devia falar, Dai. Estou p*** com essa doença. Estou p*** com essa p***. Minha filha está doente. Então, vou dificultar a vida dessa doença. Não quero que ninguém, nem o mais filho da p*** do mundo passe pelo que a gente passou hoje no meio do tratamento. E derruba. Vamos declarar guerra a essa m***. Vamos falar, meu. Se a gente salvar uma criança que foi diagnosticada, para mim, valeu” (…) E de lá para cá, umas seis crianças foram diagnosticadas antes da hora. Por causa da Lua.

Tiago Leifert em foto da época em que trabalhava como DJ (Foto: Arquivo pessoal/Gshow)
Tiago Leifert em foto da época em que trabalhava como DJ (Foto: Arquivo pessoal/Gshow)
Fonte: Patricia Kogut