Campo GrandeFixoMoradia

Reassentamento traz esperança às famílias da comunidade Lagoa

Os moradores começaram a ser transferidos para o Portal Caiobá, onde o terreno será regularizado pelo município

A Prefeitura de Campo Grande começou, nesta sexta-feira (12), o processo de reassentamento dos moradores da comunidade Lagoa, no Jardim Colorado, para um terreno no Portal Caiobá. Os moradores relataram que a mudança fez ressurgir a esperança de uma vida melhor.

Após diversas matérias do Correio do Estado denunciando a situação de abandono e insalubridade na comunidade, a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Amhasf) confirmou que neste primeiro momento 21 famílias, das 100 que moram no local, serão remanejadas para o novo endereço, uma vez que a situação de moradia delas é um pouco mais precária dentro da comunidade.

Segundo a pasta, todas as famílias serão reassentadas na mesma área. No entanto, o reassentamento de todas elas ainda não tem prazo para acontecer.

A mudança para um terreno no qual terão abastecimento de água e energia, coleta de lixo e outros benefícios de um terreno regularizado animou bastante as famílias contempladas, que agora conseguem enxergar um futuro melhor.

“Está todo mundo feliz da vida porque vamos ter algo que é nosso, e a gente pode ir construindo devagar”, afirmou a líder da comunidade, Rosana do Amaral Molas, 44 anos.

Morando no local há quatro anos, Rosana teve, além de dificuldade financeira, problemas com sua saúde, uma vez que o local não oferece o conforto necessário para se ter uma vida saudável.

Ela relatou que a bronquite e a fibromialgia que a acometem pioraram desde que precisou se mudar para um barraco na comunidade, após perder o emprego. “Aqui é muito úmido, por conta do córrego, e a água que usamos não é boa, porque vem do tratamento de esgoto”, destacou Rosana.

Uma nova vida também espera por Nice Nóbrega, 56 anos, que mora na comunidade há seis anos, desde que ficou sem condições de pagar aluguel em um local regularizado.

A moradora divide um terreno com oito pessoas, que compõem duas famílias: em uma casa mora ela, o marido, um filho e um neto. Já em um segundo barraco mora o filho dela, sua nora e outros dois netos.

Ela ainda não tem previsão de quando realizará a sua mudança para o novo endereço porque não há material suficiente para erguer outra casa no espaço designado.

“Estamos desmanchando por pedaços [a casa] para poder levar o material para o outro lugar”, explicou. Desempregada, Nice está animada para a mudança porque acredita que isso oportunizará uma vida nova aos contemplados.

“Não será fácil, mas a gente se ajeita. Um ajudando o outro, como sempre foi, lá não será diferente”, salientou Nóbrega.

MUDANÇAS

Nice Nóbrega ainda ressalta que muitas crianças só conhecem a vida na favela, e a mudança será um novo momento para elas também, já que na maioria dos casos até de escola elas terão de mudar.

“Vamos ter que ver como será feito com a escola, porque fica longe para trazer as crianças onde elas estudam agora”, afirmou Raphaela Dias, 30 anos. Ela tem quatro filhos, dos quais três estão em idade escolar.

Outro ponto que anima quem mudará de endereço é que todos ainda serão vizinhos, já que as áreas foram distribuídas de forma que os mais próximos no cotidiano da comunidade ainda terão suas casas próximas no novo local.

 

CONSTRUÇÃO

De acordo com os moradores, a prefeitura teria dito que haveria um auxílio de R$ 600,00 para que os beneficiários comprassem os materiais necessários para começar a construção de suas casas.

O diretor social de Contratos, Administração e Finanças da Amhasf, Cláudio Marques Costa Júnior, afirmou que a prefeitura ainda está analisando quais alternativas poderão ser apresentadas para que um auxílio seja dado aos moradores da comunidade.

Marques ainda acrescentou que os beneficiários poderão recorrer ao CrediHabita, uma linha de crédito da prefeitura que disponibiliza até R$ 5 mil para a compra de material de construção.

REGULARIZAÇÃO

A prefeitura da Capital ainda acrescentou que a regularização do terreno acontecerá por meio da assinatura dos contratos de alienação por parte do morador para o financiamento na Amhasf, que acontece por meio do programa Habita Campo Grande.

Por meio do financiamento, os contemplados pagarão parcelas fixas de R$ 121,20, que correspondem a 10% do salário mínimo vigente à época da assinatura do contrato.

O valor total poderá ser dividido em até 300 vezes. Ou seja, os beneficiários terão o prazo de 25 anos para quitarem a dívida com a prefeitura.

Em relação ao pagamento das parcelas, a líder da comunidade explica que todos farão o possível para honrar com o pagamento.

“A maioria aqui trabalha com reciclagem, mas todo mundo vai correr atrás de pagar. Sabendo que estamos batalhando por uma coisa que é nossa é melhor”, afirmou Rosana.

Saiba

Por meio de financiamento, os contemplados com o reassentamento vão pagar parcelas fixas de R$ 121,20 pelo terreno.

O valor total poderá ser dividido em até 300 vezes. Ou seja, os beneficiários terão o prazo de 25 anos para quitarem a dívida com a prefeitura.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

 

Mostrar Mais
Botão Voltar ao topo