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Documentário mostra por que Bolsonaro foi responsável por mais da metade das mortes na pandemia; veja trailer com exclusividade

Em "Eles Poderiam Estar Vivos", cineasta mostrará que a estratégia da imunidade de rebanho por contágio, defendida pelo governo federal, gerou centenas de milhares de mortes desnecessárias

Documentário põe Bolsonaro como responsável por mortes por Covid-19Como teria sido a pandemia no Brasil se o governo Bolsonaro não tivesse agido deliberadamente para aumentar a transmissão do novo coronavírus? O documentário “Eles Poderiam estar Vivos” mostrará que o país poderia ter sido referência no combate à Covid-19, mas a estratégia do governo federal de imunidade de rebanho por contágio nos levou a quase 700 mil mortes.“Meus irmão foram assassinados”, diz o metalúrgico Marcelo Toledo, que perdeu dois irmãos para a Covid-19 em um intervalo de apenas duas semanas. “Se tivessem tido oportunidade de tomar vacina, eles estariam vivos”.O filme conta com consultoria de epidemiologistas, médicos, biólogos e pesquisadores e parceria com o Instituto Mário Schenberg, formado por coletivos de divulgação científica como Observatório Covid-19, Todos pela Vacina e Rede Análise. Embasado por toda essa rede, o diretor, Gabriel Mesquita, afirma que o presidente da República foi o responsável direto pela maioria das mortes durante a pandemia, ao estimular que as pessoas se contaminassem, ao negar as recomendações baseadas no consenso científico e ao boicotar a campanha de vacinação.“O plano do governo era claro”, diz o cineasta. “Mais de dois terços da população pegaria o vírus rapidamente e assim alcançaríamos a chamada imunidade de rebanho. Eles acreditavam que assim a pandemia acabaria rápido, a economia se recuperaria e o presidente seria reeleito. O preço em mortes nunca importou para Bolsonaro”.“Nunca havia se falado em imunidade de rebanho por contágio”, explica Fernando Aith, diretor do Centro de Pesquisas de Direito Sanitário da USP, um dos entrevistados no filme. Ele é um dos autores de uma pesquisa que mapeou as medidas tomadas pelo governo federal na pandemia e chegou à conclusão de que houve disseminação intencional do vírus. “Esse conceito vem da veterinária. Mas tem que vacinar o rebanho para dar imunidade. A estratégia do governo federal foi a da imunidade de rebanho por contágio, o que não é usado nem para gado”.Além de Aith, Gabriel entrevistou especialistas como Cláudio Maierovitch, médico sanitarista da Fiocruz e ex-presidente da Anvisa; Luana Araújo, infectologista e consultora do hospital Albert Einstein;  Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan; e Arthur Chioro, médico, professor da Unifesp e ex-ministro da Saúde. Estão agendadas ainda entrevistas com a professora de Ética da FSP/USP, Deisy Ventura e os epidemiologistas Pedro Hallal e Wanderson Oliveira (ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde).No Brasil por um curto período, Gabriel entrevistou toda a cúpula da CPI da Covid-19 no Senado e outros senadores em Brasília, onde sua família mora. Em São Paulo foram feitas entrevistas com médicos, cientistas, políticos e familiares de vítimas da Covid-19.

Além de denunciar a conduta criminosa do governo e homenagear os quase 700 mil brasileiros que perderam a vida para o vírus, o filme mostrará uma comparação da condução da pandemia no Brasil e no Canadá.  “Moro no Canadá há sete anos e acompanhei aflito a condução da pandemia no Brasil. O filme nasceu da minha revolta com a situação, e vai mostrar como nosso país teria se saído na pandemia se o governo tivesse agido como, por exemplo, o governo canadense, que não foi perfeito, teve vários problemas, mas fez o mínimo necessário. Se tivéssemos feito o mínimo no Brasil, mais da metade das mortes poderiam ter sido evitadas”.Financiamento coletivoO filme é totalmente independente e está sendo financiado por meio de uma campanha de financiamento coletivo (https://apoia.se/elespoderiamestarvivos). O dinheiro arrecadado será usado para finalizar o longa, que tem previsão de lançamento para antes das eleições. “Quanto antes melhor“, ressalta Gabriel. “Preciso contratar um produtor, editores,  montadores e designers gráficos”, explica.

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